O BSC na estratégia empresarial

Administração e Gestão

11/09/2016

INTRODUÇÃO

As empresas atualmente estão sofrendo cada vez mais pressões em relação à concorrência e a globalização, ainda mais, quando seus processos e controles internos não estão habilitados com informações precisas para a tomada de decisões. Desta forma, essas organizações, são forçadas a criarem mecanismos que as diferenciem e as tornem cada vez mais competitivas no mercado, utilizando-se de ferramentas e sistemas administrativos que possam controlar não só seus procedimentos atuais, como também, gerar uma visão estratégica para o futuro.

Novas técnicas tem sido cogitadas e utilizadas para melhorar a eficiência e a eficácia das empresas, principalmente, quando se fala em qualidade e competitividade, surgindo assim, modelos de gestão que vem sendo aprimorados á décadas.

Neste conceito novas tecnologias e práticas de gestão vem sendo absorvidas pelo mercado empresarial como os ERP’s (Enterprise Resourse Planning), CRM (Costumer Relationship Management), BI (Business Intelligence), BSC (Balanced Scorecard), entre outras.

Todas essas tecnologias e práticas de gestão podem ser utilizadas simultaneamente, levando a empresa a possuir domínio sobre seus números atuais e estabelecer uma visão do seu futuro, através do planejamento estratégico. E para obter a visão estratégica uma das principais ferramentas utilizadas pelas grandes empresas, é o Balanced Scorecard (BSC), desenvolvido na década de 90 por Robert Kaplan e David Norton, baseados em empresas norte-americanas, esse sistema trabalha com vetores de desempenho organizacional que devem ser alinhados com a estratégia corporativa, gerando um conjunto de indicadores diferente dos tradicionais. Essa técnica leva em consideração também as tendências do desenvolvimento e dos resultados da organização.


O BALANCED SCORECARD

Complementando as medidas de desempenho não financeiras, há a proposta da adoção dos conceitos do Balanced Scorecard, com o objetivo de agrupar a visão estratégica com as fases de execução e controle do processo de gestão empresarial (PADOVEZE, 2008).

O Balanced Scorecard nasceu de um estudo cujo título era Measuring Performance in the Organization of the Future (Medindo Desempenho na Organização do Futuro), realizado durante um ano e com objetivo de demonstrar que os indicadores contábeis financeiros não eram suficientes como medidas do desempenho das organizações. David Norton, principal executivo do Instituto Norlan Norton, encabeçou o estudo, junto com Robert Kaplan, professor de Harvard, como consultor acadêmico. Partindo de um scorecard corporativo utilizado pela Analog Devices (empresa americana fabricante de semicondutores, que além de seus indicadores financeiros elaborava também medidas de desempenho relacionadas à satisfação de seus clientes e da qualidade e melhoria de seus processos), somando a outros conceitos e ideias deram origem ao Balanced Scorecard (SILVA, 2003).

Segundo Kaplan e Norton (1997), “o Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica”. Portanto, a proposta do Balanced Scorecard (BSC) é passar de forma clara, para todos os níveis da organização a visão, a missão e a estratégia, para poderem saber o que realizar e de que forma suas ações vão alterar o desempenho organizacional.

Para chegar a esses resultados o BSC trabalha com a implementação de quatro perspectivas, que vão analisar a empresa com uma visão sistêmica, trabalhando medições financeiras com medições não financeiras, sendo representadas por:

  • Perspectiva Financeira: Visão de lucratividade da empresa, como vou satisfazer os acionistas/proprietários;
  • Perspectiva de Clientes: Identifica a melhor forma de captar e reter os clientes, como vou atender meus clientes;
  • Perspectiva de Processos: Visualização de processos críticos e de qualidade, como vou atender as perspectivas anteriores;
  • Perspectiva de Inovação: As empresas para melhorarem devem possuir a capacidade de aprender, de treinar seus colaboradores e estar em evolução contínua.

Para trabalhar com as perspectivas dentro da empresa é necessário traçar para cada uma delas os seus objetivos, as suas metas, quais ações aplicar a cada uma delas e colocar indicadores para medir os resultados e realizar comparações.

Na implementação do Balanced Scorecard segundo Kaplan e Norton (1997), são enumerados alguns indicadores essenciais:

 Indicadores financeiros essenciais:

- Retorno sobre o investimento;

- Lucratividade;

- Aumento/Variação de receita;

- Produtividade da redução de custos.

Indicadores essenciais dos clientes:

- Participação do mercado;

- Aquisição de clientes;

- Retenção de clientes;

- Lucratividade dos clientes;

- Satisfação dos clientes.

Indicadores essenciais dos processos internos:

- Reduzir custos;

- Qualidade nos processos;

- Quantificar a produção;

- Tempo de produção.

Indicadores essenciais de aprendizado e crescimento:

- Satisfação dos colaboradores;

- Retenção de colaboradores;

- Lucratividade por colaborador;

- Produtividade por colaborador.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O BSC é uma prática de gestão que veio de encontro a necessidade que as empresas possuíam de obter resultados e alavancar sua lucratividade, sendo associada a outras tecnologias e práticas de gestão poderá revolucionar o futuro das organizações.

Desta forma estará agindo sobre a missão (porque a empresa existe), sobre a visão (o que a empresa quer ser), sobre seus valores (o que é importante para a empresa), gerando a estratégia (plano de ação da empresa, para seguir direções seguras), aplicando metas e ações, que são medidas pelos indicadores e refletem os objetivos que a empresa determinou, irão alcançar os resultados estratégicos que determinam que os acionistas/proprietários estão satisfeitos, os clientes ficaram encantados, os processos internos são eficientes e eficazes e os colaboradores trabalham de forma motivada e com conhecimento.

Consegue-se então alcançar a hegemonia empresarial e se destacar no mercado, levando-se a uma grande lacuna entre a empresa e a sua concorrência, podendo ser um ponto crucial em seu diferencial de atuação.

 

REFERÊNCIAS

KAPLAN, Robert S. e NORTON, David P. A estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Tradução de Luiz Euclydez Trindade Franzão Filho. 13 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

_____.The Strategy-Focused Organization: how balanced scorecard companies thrive in the new business environment: Havard Business School.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: Um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo: 5 ed. Atlas, 2008.

SILVA, Leandro Costa da. O Balanced Scorecard e o Processo Estratégico. Caderno de Pesquisas em Administração. v. 10, n. 4; Out-Dez 2003; pp: 61-73.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Vitor Paulo Maesta

por Vitor Paulo Maesta

Contador, consultor empresarial, professor, especialista em finanças, em auditoria e controladoria e em ensino superior a distância. Com atuação profissional em grandes e médias empresas como consultor nas áreas de planejamento estratégico, finanças e custos. Fundador e diretor do Focus - Assessoria Contábil e da Clear X Consultoria Empresarial.

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