Porque marcas internacionais abrem e fecham no Brasil?

Muitas empresas estrangeiras já abriram e fecharam suas portas no Brasil
Muitas empresas estrangeiras já abriram e fecharam suas portas no Brasil

Administração e Gestão

19/11/2014

Temos uma lista bem conhecida de empresas que tentaram aportar no Brasil e muitas deram com os burros n’água, outras passaram por reformulações, outras ainda tiveram que mudar sua estratégia e quase esquecer suas raízes.


Das mais conhecidas Dukin Donuts, KFC, Subway, Pizza Hut, Domino´s, Arby´s, TGI Friday’s a outras nem tanto, mudanças foram necessárias, outras não conseguiram sobreviver, outras estão se reinventando para voltar ao Brasil.


Muitas simplesmente vieram para cá sem estudar o mercado, o público-alvo, o preço, a viabilidade do negócio num país estranho. Claro que tinha que dar errado! O sucesso no país de origem não necessariamente significa sucesso em outro país.


Isto não aconteceu só no Brasil, muitos países não aceitaram os costumes e hábitos alimentares estrangeiros. E não só de restaurantes, mas de outros serviços também, como sistemas de limpeza, viagens, transporte, beleza e inclusive franquias.


Na década de 90 muitas empresas estrangeiras vieram para o Brasil, principalmente do setor de serviços, mas sem estarem munidas de informações sobre nossa cultura, nosso mercado, nossos hábitos. Apenas munidas de um belo ego. Uma delas foi a KFC e a Arby´s que fecharam suas portas bem rapidamente. Tanto por não conseguirem competir com outros players do mercado de fast food como cometer erros crassos de estratégia nada competitivos, estas franquias em pouco tempo foram ignoradas pelo consumidor.


Mesmo considerando que no Brasil a classe média é louca por marcas estrangeiras e ao fato de que não tinham acesso a elas lá fora até recentemente, ao abrir aqui suas lojas, estas empresas tinham no mínimo a esperança de filas imensas e intermináveis. Na verdade aconteciam até o consumidor notar que o custo x benefício não valia a pena.


Passadas mais de duas décadas numa situação diferente daquela época, algumas empresas retornam ao Brasil ou estão aqui pela primeira vez e estão dando certo. O fato de elas estarem aqui hoje não as isenta de se reavaliarem, repensarem, adaptarem seus cardápios ou serviços aos gostos dos brasileiros, entre muitas outras situações a serem pensadas para que permanência delas aqui seja longeva.


Starbucks, Outback, Applebee entre tantas outras estão encontrando um equilíbrio do negócio em terras brasileiras e para algumas a situação se inverteu, quando empresas estrangeiras estão sendo compradas por empresas brasileiras, caso do Burger King por exemplo.


Não apenas na área de alimentação as empresas tiveram problemas, também o tipo de negócio ou desapareceu ou tornaram-se diferentes no seu modelo. É o caso do Blockbuster, que foi vendido ao Grupo Americanas por uma fortuna, mas hoje está operando no modelo store in store ou pela internet.


Claramente abrir empresas ou franquias requer muita dedicação, estudos de viabilidade e, além disso, é fundamental cuidar para que os produtos ou serviços se adéquem aos locais onde serão comercializados.


Isto vale para empresas estrangeiras ou brasileiras, mas as internacionais devem tomar mais cuidados com as questões culturais e a tangibilidade do valor da marca no mercado nacional, com as experiências anteriores todo cuidado é pouco para o sucesso do negócio. Os tempos são outros, as classes sociais mudaram de condição, o mercado internacional mudou e as pessoas também não são mais as mesmas.


Vamos continuar acompanhando...

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Poranga Miranda

por Poranga Miranda

Há mais de 20 anos na área de marketing, com ênfase no setor de serviços e larga experiência no setor de educação. Compartilhar conhecimento é a forma mais lúdica de crescimento profissional. O marketing, para mim, é um instrumento para que as empresas se tornem conhecidas e reconhecidas. Criei o Blog Comunicaê com o intuito de propor reflexões aos estudantes e novos profissionais de marketing.

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