ENCONTROS & DESENCONTROS: A Vida Imita a Arte ou Vice-Versa? Texto Teatral

Administração e Gestão

31/03/2014

Cena 1: O Encontro: Suave é a tarde...


Cenário: Em um shopping center. No centro do palco, uma mesa, duas cadeiras e livros sobre a mesa. No ar ouve- se a melodia de “Angel Eyes”, de Sting, do filme “Despedida em Las Vegas”.

Ivan está sentado em uma cadeira, absorto, lendo seus textos, fazendo correções neles com um lápis... parece contrariado, agitado, quando de repente avista Lena , diante dele. Ela lhe acena.

Lena - (com objetividade) Você é o Ivan? Você estava me procurando?

Ivan - (sorrindo, levantando-se ansiosamente, derrubando algumas folhas no chão, enquanto estende as mãos para ela) Sim, sou eu e você deve ser a Lena. Prazer em conhecê-la!!!! A Dani falou muito bem de você, que você é uma editora muito observadora, que adora ler!

Lena - (estranhando, apertando as mãos dele) Ela me falou que você escreve, e que gostaria que eu lesse seus textos, para dar minha opinião sincera... (ela sorri, natural, sentando-se na cadeira, convidando-o sentar-se novamente). Ela me falou que você está bloqueado para escrever faz um tempo, não é? Deve ser muito difícil para quem escreve...

Ivan - (pegando os papéis no chão, rindo) Exatamente! Ficaria muito grato se você pudesse ler as migalhas que escrevi até hoje...

Lena - Tudo bem, mas não sei se vai gostar de minha opinião sincera !!!! (rindo, depois séria) Você me parece ser aquele tipo de escritor lunático, abstrato demais... (silêncio).

Ivan - (rindo alto, gesticulando com as mãos) Você está certa, sou do tipo que escreve sobre coisas que viveu, que sonhou... a propósito, este é meu diário de sonhos (ele aponta um caderno de anotações) Leia o que sonhei semana passada ! Sonhei que estava conversando com alguém! Veja os detalhes. Chamo isso de Síndrome de Júlio Verne (ele ri).

Lena - (pega o caderno, com ceticismo. Conforme ela lê, seus olhos se arregalam).

Não pode ser... você sonhou comigo semana passada? (devolve o caderno, espantada). Como isso? Como acontece?

Ivan - Não sei como, só sei que é assim que funciona... Intuição, talvez?

Silêncio.

Ivan - (pega uma pasta com seus escritos e entrega para Lena) Vamos, por favor, dê uma lida neles, sua opinião pra mim é muito importante!

Lena - (hesita, e depois pega os textos dele) Tudo bem, embora eu normalmente diga que isso parece uma cantada, decidi que vou lhe ajudar. Você parece sincero, mas... misterioso demais para meus padrões...

Ivan - Acredita em déjà-vú, Lena? Em sincronicidade?

Lena – (interessada) Sorte sua que acredito, pois li muitos livros de psicologia junguiniana... sei identificar as pessoas através dos mínimos detalhes...

Silêncio.

Ivan - (sorrindo, estendendo as mãos para ela) Me decifre, então! Foi por isso que precisava falar com você. É a pessoa certa... no ano certo...

Lena - Como assim?

Ivan - (com convicção) 2009... ano do sol, ano de encontros e desencontros...

Lena - (animada) A vida é a arte dos encontros, embora haja tantos desencontros pela vida... adoro essa frase, sabia?

Ivan - (em tom misterioso) Eu sei...

Lena - (olhando para seu relógio, agitada) Olha, tenho que ir... normalmente eu não faria isso, mas convido você para ir ao meu apartamento. Afinal, a Dani falou muito bem de você... e minha filosofia se baseia no elo de confiança entre as pessoas...

(Lena escreve num pedaço de papel seu endereço e telefone. Levanta-se, com a pasta de Ivan nas mãos) Ivan, até a próxima... assim que puder liga pra mim, ok? Se os textos forem interessantes, eu vou mergulhar neles, senão...

Ivan - (levantando-se também, falando com certa emoção) Muito obrigado, Lena. Até mais...

Lena sai de cena. Ivan fica a olhar para o nada.

Ivan - (suspirando) Lá vamos nós outra vez... sempre á procura de uma musa... jamais encontrarei alguém como Isabelle...(pausa. Com voz angustiada, começa a recitar).

“Tempo... o tempo, esse algoz ás vezes suave, ás vezes mais terrível, demônio absoluto conferindo qualidade a todas as coisas.

É ele hoje ainda e sempre quem decide

É a quem me curvo cheio de medo

E erguido em suspense, me perguntando:

Qual o momento, Qual o momento preciso da Transposição?” (“Lavoura arcaica” Raduan Nassar )


Luzes se apagam lentamente. Cena 2: Estava escrito...


Cenário: apartamento de Lena. Os dois sentados á mesa.


Lena - (folheando os textos) O que aconteceu com sua musa, Ivan? Há muitas lacunas em seus textos...

Ivan - (desviando os olhos, distante) Ela... se foi, desapareceu, uma época muito confusa e distante...

Lena - (com rispidez) Olha, Ivan, só quero lhe ajudar. Você precisa confiar em mim. Não tenho segredos a guardar e nunca gostei de escapismos e platonismos. Como lhe falei, minha vida é um livro aberto. Você é muito misterioso, sempre tenho a impressão de que você está me manipulando...

Ivan - (recuando, diplomático) Eu sei... é só o meu jeito de ser... (com imperceptível ironia) Quem me dera pudesse ter a sua clara percepção dos fatos.Você é capaz de intuir coisas, de escanear as pessoas só pelos gestos... é só o meu jeito...(ele se levanta, indeciso, começa a andar de um lado para o outro).

Lena - (levanta-se e vai até ele) Me desculpe, vejo em você um potencial fantástico, mas você sabe que precisa burilar isso... (Lena coloca as mãos sobre seus ombros. Ele sente um arrepio) Você precisa encontrar uma musa... alguém que lhe dê suporte, que o ajude a ter equilíbrio.

Ivan - (voltando-se para ela, sério, mas vacilante) Você leu os textos adicionais que eu lhe passei? Os textos de Eudora?

Silêncio

Lena - (os braços dela continuam em volta dos ombros dele) Li, e confesso que fiquei assustada... você me disse que há oito anos escreveu sobre esta personagem e que eu deveria lê-los...

Ivan - (com ansiedade) E o que você achou?

Lena - (desconcertada, tirando os braços em torno dos ombros dele, caminha em direção a mesa e apanha os textos) Ivan, não é possível, mas Eudora...sou eu????????? Como isso? Como você poderia escrever sobre detalhes tão íntimos de minha vida, sem me conhecer?

Ivan - (preparando-se para fugir, angustiado) Eu não sei explicar, só senti que era você, por quem eu estava esperando há muito tempo... (Ivan põe as mãos no rosto, envergonhado) Eu odeio isso em mim, essa Síndrome de Julio Verne que me persegue...

Silêncio

Lena - (pensativa) Nossa... se isso for sincronia, eu senti profundamente que era eu aquela personagem...ela é tipicamente capricorniana, como eu, decidida, direta, sincera. E o personagem principal da história é você!

Ivan - (sorrindo) Sim, absurdamente ilógico, ternamente cruel... eu e você, há oito anos atrás... amigos, amantes e no final, inimigos... Lena - (agressiva) Cuidado com o que você me diz, meu caro... poderia expulsa-lo daqui agora mesmo... porém... sim, você esta certo...existe algo entre nós muito, muito além ...

Ivan - (dirigindo-se a ela, corajosamente) Se você acredita em mim, sabe o que vai acontecer, não sabe?

Lena - (incerta, se aproximando dele) Isto tudo é novo para mim... você quer dizer que eu... estou destinada a ser sua musa? Mas qual o propósito?

Ivan - (tocando o rosto de Lena) Sinto que você quer me tocar, mas tem medo de mim, do que eu represento: um escritor lunático e misterioso... Me inspire a escrever uma obra, um texto, qualquer coisa...

Lena - (petrificada , olhando bem para ele) Você sabe que sinto vontade de lhe tocar, mas vejo você uma pessoa distante demais... sabe que eu poderia ter qualquer homem a meus pés, e gosto disso, desse jogo... tem certeza de que quer isso? Poderia ser breve, eu posso ser a sua dor, assim como Eudora magoou Lucas, no seu texto. E estaremos destinados a nos separarmos como inimigos? (suspirando) Estaremos destinados a isso? Você está disposto a pagar por isso?

Silêncio

Ivan - (respirando profundamente) Sim!!!!! Antes que a noite termine... leve embora minhas falsas esperanças... no deserto perdidas emoções evaporam...

Lena - (em tom apaixonado) Adoro quando você fala assim...

Beijam-se

Lena - Nunca esqueça de que é somente um processo, até você escrever um livro!!!!

Ivan - (solenemente) Eu juro não esquecer!!!!!!

Luzes vão se apagando


Cena 3: Honra e Glória

Cenário: apartamento de Lena, cinco meses depois.

Lena - (andando de um lado pro outro, exasperada) Você tem falado de mim para os outros? Rumores sobre nós tem circulado por ai... que eu não quero assumir nosso relacionamento, que sou cruel...

Ivan - Você sempre me acusa de estar agindo pelas suas costa. Lena, sou um cara confuso, eu sei, mas estou ciente de nosso elo... (suspira, olhando para ela, com ternura) de nosso processo... pra ser sincero, só queria que pudesse durar mais tempo...

Lena – (aproximando-se dele com ternura) Eu lhe avisei, Ivan, que eu seria a sua dor... vejo você muito inspirado, escrevendo muitas coisas, e isso é tão bom... mas por favor, não exija de mim mais do que eu posso dar... (com ar cansado) Você, muitas vezes, é tão infantil que me assusta... (irritada) Tenho a nítida impressão de que quase nunca não me conta a verdade, sabia?

Ivan - (lutando para esconder sua magoa) Você adora me criticar, condessa Eudora, mas eu tenho coração, entende? Sabe como me sinto quando seu ex-namorado a procura implorando para vocês voltarem? Sem falar nos caras que vivem atrás de você...

Lena - (em voz alta) Eu já não lhe avisei para não interferir na minha vida? Eu sou independente, sou decidida e determinada. Silêncio. Ivan começa a olhar para o nada, distante.

Ivan - (pausadamente, enigmático) Eu tive um sonho, e preciso lhe perguntar uma coisa que tem me incomodado muito: meu amigo Thelmo voltou aqui, depois daquele dia em que estivemos aqui?

Lena - (mordaz) Primeiro me diga como foi o sonho!

Ivan - (andando eufórico de um lado para o outro) Eu estava numa festa, quando vi você olhando para o Thelmo. Foi o modo como você olhou para ele, e o modo como ele sorriu... vocês desapareceram, e ouvi um corvo grasnando, e de repente olhei para a minha imagem num espelho, um lobo uivava, no meio de uma floresta, quando um velho índio me disse:” Você é um lobo, ou é um poodle? (Pausa).

Lena - Continue, vamos, Senhor Destino, não tente fugir como sempre faz, com suas respostas evasivas...

Ivan - (cansado) Outro dia eu conto... você sempre quer saber tudo...

Lena - (irritada) Odeio esse seu jeito de controlar as coisas, sempre deixando para amanhã suas confissões... odeio ciúmes, possessividade...você sabe muito bem... olha, confesso que sinto atração por ele, sim, ...mas você sabe que ele tem namorada...

Ivan - (rindo, magoado) Um namoro que está ruíndo, e nada melhor que uma conselheira experiente como você para ver as coisas mais claramente, não é mesmo? Você é tão direta que me assusta, sabia? Mas você não pode me enganar: eu pressinto o que vai acontecer... eu sei o que vai acontecer...

Lena - (com frieza na voz, se aproxima de Ivan e lhe da um tapa no rosto, em seguida vai até a porta de entrada do apartamento, falando em voz alta) Você acharia uma traição, não é? Por que você conta tudo a ele sobre nós, não é? Ele é o seu confessor, por acaso? Porque você deixou suas espadas com ele? O que existe por trás deste gesto? (ela fica emocionada olhando para ele, cheia de pena).

Ivan - (enigmático, inerte, olhando para o teto) Quem sabe? Ele pensa que sou tolo, que não estou á frente das coisas... que peso terrível é esse? São as sombras da dispersão, sombras no céu ao sol do meio-dia... (pausa, olha para ela) Vai me expulsar daqui, bem na noite de meu aniversário? (pausa) Posso dizer uma última coisa?

Lena faz um gesto positivo com a cabeça.

Ivan - (com as mãos no coração)

“Tempo... o tempo, esse algoz ás vezes suave, ás vezes mais terrível,

Demônio absoluto conferindo qualidade a todas as coisas.

É hoje ainda e sempre quem decide;

É a quem me curvo cheio de medo e erguido em suspense, me perguntando:

Qual o momento, qual o momento preciso da Transposição?

Que instante, que instante terrível é esse que marca o salto?

Que massa de vento?

Que ponto de espaço concorrem para levar ao limite?

O Limite em que as coisas, já desprovidas de vibração, deixam de ser vida na corrente do dia a dia, para se tornarem vida, nos subterrâneos da memória...”

( “Lavoura arcaica” Raduan Nassar)


Ivan pega a pasta com seus textos.


Lena - (chorando de repente) Você sempre me faz chorar. Quando penso em toda a dor que vou lhe causar! Ivan - (terno e suave) Eu sei... Admiro profundamente você, Lena. Você me ensinou tanto, mas o que eu posso dizer? Como todo processo, eu sofri desde o inicio, e agora, chegamos ao fim das 24 estações: as visões de Eudora chegaram ao fim... (Ivan se aproxima de Lena e a toca de leve no rosto. Esta com lágrimas nos olhos, mas sereno) Sagrada és para mim, sois minha professora...

Lena - Não existe nada entre eu e o Thelmo... ainda... me perdoe , não posso esconder--lhe nada ...sinto você como um guardião, um protetor...

Ivan - (abraçando-a) Eu só queria que tivesse durado mais... eu escrevi uma nova história, assim que possível lhe envio...

Ivan está para sair quando Lena chama por ele. Ivan fica parado no limiar da porta, à espera de algo.

Lena - (estendendo as mãos para ele) Venha cá, vamos nos conectar pela última vez... uma despedida... para nos lembrarmos de que fomos especiais, um para o outro...

Ivan - (hesita, porém volta para abraça-la) Quem o viu descer ao deserto, compreendeu sua raiva contra o sol? Vozes ancestrais de antigas civilizações ecoam através do vento leste... e no final, era apenas um escritor ateu que sonhava ser um bardo, e uma condessa que sonhava ser uma sacerdotisa...

Lena - (falando como se ele fosse uma criança) Tudo passa, somente as boas recordações permanecem... ... no final, somos apenas duas pessoas perdidas, dançando no escuro...

Eles se beijam.

As luzes se apagam...


Cena 4: O FIM...DESENCONTROS

Cenário: um shopping center. Ivan e Lena se encontram.

Lena - (com melancolia) Que bom que veio! Trouxe suas coisas (ela entrega uma sacola com as coisas de Ivan) Eu só não trouxe os textos de Eudora... eu... queimei eles, de raiva.

Ivan - (diplomático) Não é a primeira vez que uma mulher faz isso com meus textos, senhorita... não se preocupe...

Lena - Eu nunca lhe dei esperanças, meu caro. Sempre fui bem clara: era um processo... eu e o Thelmo... eu sinto muito...

Ivan - (sorrindo, triste) Eu sei... eu sabia...de alguma forma, estava escrito.. (com raiva contida) aquele bastardo...

Lena - (triste) Você nunca me contou a segunda parte do sonho...

Ivan - (rindo) Então é assim que nos separamos? Como dois desconhecidos?

Lena - (com rispidez) Você quis assim!!! Você nunca foi capaz de aceitar que foi só um processo? Você é um lunático incurável!

Ivan - (cruel) Me desculpe por ter me esquecido de que era apenas um processo, perdão, por ter exagerado nas minhas falsas esperanças... (com culpa, pondo as mãos na cabeça): E pensar que você quase engravidou...

Lena - (com raiva): Seu desgraçado!!!! Agora você vai se vingar de mim? Vou dizer a todos que você é louco!!!! O lunático bardo mentiroso e miserável! Ivan - (batendo palmas) Ah, faça isso, e eu divulgo o conteúdo de seus e-mails, que você me mandou... quer apostar? Não adianta mandar seu namorado me ameaçar, eu já recuperei as espadas dele... Não sou um mago, mas sei me proteger quando atacado!!!!

Lena - Eu lhe dei atenção, carinho, e é assim que você me paga? Com ingratidão, falando mal de mim pra todo mundo...

Ivan - (balançando a cabeça) Não, não vale a pena... para pessoas especiais, nós só deveríamos ter palavras especiais, não acha? (pausa. Ele tira da pasta um livro) Aqui está minha sincera homenagem a você, a quem admiro na mesma proporção que desprezo...

Lena - (pega o livro das mãos dele, com raiva e lê em voz alta o titulo) O Processo no Salão dos Espelhos...

(Pausa. Ivan tira do bolso um papel, no qual está escrito um poema que os dois escreveram juntos, fica olhando para o papel e para ela, em suspense. O poema se encontra no livro que ele entregou para ela):

Lena - (com amargura): É aquele maldito poema que nós escrevemos juntos?

Ivan - Está na página cinco do livro em tuas mãos...

Lena - (abrindo o livro, cuidadosa, começa a ler):

" Então é isso, a permanência - orgulho estilhaçado pelo amor

E aquilo que uma vez foi inocência, deitado e virado de lado

Uma nuvem suspensa sobre mim marca cada movimento

No fundo da memória, aquilo que uma vez foi amor”


Ivan - (lendo o papel que está em suas mãos):

“Oh! Como acabei por perceber, como eu queria tempo!

Colocado em perspectiva tão difícil de encontrar eu tentei

Só por um instante pensei ter encontrado meu caminho

O Destino Desdobrado - foi o que vi escorrer de meu alcance”


Lena - “Pontos de luz em excesso, além de todo alcance.

Exigências solitárias por tudo que eu gostaria de ver e guardar

Vamos dar um passeio fora daqui, ver o que encontramos.

Coleção sem valor de esperança e desejos passados”


Ivan -  “Nunca imaginei as distâncias que teria de percorrer

Todos os cantos mais escuros de um sentido que desconhecia

Só por um instante pensei ter ouvido alguém chamar

Olhei para além do dia que jazia em minha mão

Não há absolutamente nada por lá”


Lena - “Agora que percebi como tudo saiu errado

Tenho de achar alguma terapia, este tratamento é muito prolongado

No fundo do coração do lugar onde a simpatia reinava

Tenho de encontrar meu destino, antes que seja tarde demais”


Ivan - (sorrindo,fala com melancolia) Adeus, para sempre, para nunca mais...Sei do teu rancor, mas contra ti, não me levantarei jamais... Lena - (com o orgulho ferido): Odeio Lord Byron... e só vou ler porque é minha profissão ler, mas depois vou esquecer tudo...você morreu pra mim...

Ivan - (antes de desaparecer, faz uma mesura e recita, saindo sem olhar para ela)
A vida é a arte dos encontros...

Lena - (com raiva) Embora haja tantos desencontros... pela vida....


Luzes se apagam


Fim...


Em homenagem a H... Com ternura e lealdade...


“Para pessoas especiais, nós só deveríamos ter, palavras especiais...”


Awen